O PROCESSAMENTO DE FILMES BRANCO & PRETO

Processamentos

Ao "bater" uma foto não necessitamos garantir o registro visível da imagem no filme, mas sim, que a exposição transforme suficientemente os haletos de prata, capacitando o aparecimento visível de seu registro após um processamento químico.

Um filme exposto e ainda não processado possuirá uma imagem latente que só irá se tornar visível e estável após ser submetido a uma sucessão de banhos químicos adequados.

O processamento fotográfico e constituído por etapas sucessivas básicas, sem as quais é impossível obter uma imagem visível, sendo as mínimas imprescindíveis as seguintes:

REVELAÇÃO: banho químico responsável pela transformação da imagem visível num material fotográfico já exposto. Deve-se salientar que apenas a área atingida pela luz torna-se visível à revelação, continuando o restante fotossensível; portanto até aqui obtivemos imagem, mas a estabilizamos, pois a parte não atingida deve ser removida e a atingida dessensibilizada.
FIXAÇÃO: banho químico que retira os haletos não sensíveis e garante a não alteração dos já revelados.
LAVAGEM: Os resíduos químicos do processamento devem ser totalmente eliminados, caso contrário continuarão agindo sobre a foto, deteriorando-a.

O processamento acima citado, no entanto, não garante a durabilidade dos materiais processados, sendo aconselhável que a ordem seqüencial de banhos químicos seja mais "detalhada", adequando a composição química à obtenção de uma imagem intencionalmente obtida em certas condições.

REVELADORES
Composição:

São compostos por diversas substâncias que desempenham funções típicas:

METOL ou ELON: é o agente revelador, produz o detalhe no negativo.

HIDROQUINONA: agente revelador, produz o contraste.

CARBONATO DE SÓDIO: acelerador de revelação, provoca o amolecimento da emulsão e proporciona à solução o meio alcalino necessário para a ação dos demais componentes.

SULFITO DE SÓDIO: agente preservativo, evita a oxidação da solução que ocorre em contato com o ar. A ação preservativa não é total.

BROMETO DE POTÁSSIO: agente retardador; contribui para regular a duração da revelação e evita a veladura.

A revelação vai depender da escolha do revelador, da temperatura do químico, da sua vida útil, da agitação dada, e do tempo de revelação escolhido. A escolha do revelador é muito importante, porque existem substâncias reveladoras que agem superficialmente e com lentidão, assim como outras cuja características é a ação rápida e profunda. De acordo com a variedade de agentes reveladores foi criado um sem-número de reveladores diferentes.

TIPOS DE REVELADORES

A) REVELADORES ENÉRGICOS (de ação rápida e profunda):

Na maioria são reveladores que aproveitam ao máximo a velocidade do filme, dando, em tempo de revelação relativamente curto, uma boa gradação de cinza e um ótimo contraste. Por serem de ação energética, provocam um aumento de granulação e um contraste mais duro.

Exemplos: Agfa 108, DK-50, HC-110 (conforme diluição), D-76 (concentração, etc....)

B) REVELADORES BALANCEADOS:

Sua ação é mais ou menos superficial e não aumenta o tamanho dos grãos.

Existem fórmulas sem acelerador nenhum, tornando a revelação mais lenta.

Exemplos: D-76 (diluído), Agfa 12, Metol-Sufito D-23, Concedict (conforme diluição), Pandol, ODIM-RCO.

C) REVELADORES SUAVES:

São também chamados de reveladores de "ultragrão-fino", por não provocarem quase nenhum grão, de modo que estes negativos proporcionam maiores ampliações. Por exigir tempos de revelação muito longos é aconselhável um aumento de exposição para que não haja uma interferência na granulação.

INTERRUPTORES
Em geral usa-se uma solução ácida que tem a propriedade de neutralizar imediatamente a ação do revelador; com isso, a revelação pára imediatamente e o filme, ou a cópia, passa para o fixador já livre de grande parte do revelador, o que serve para aumentar consideravelmente a durabilidade do fixador.

FIXADORES
São, juntamente com os reveladores, as soluções mais importantes em todo o processo fotográfico. Deles depende, quase que exclusivamente, a duração de vida da fotografia ou do filme.

Sua função é fixar a imagem revelada, fazer com que o filme (ou papel) perca a sensibilidade à luz e dissolver o anti-halo, fazendo o filme torna-se transparente.

O negativo deve permanecer no fixador o dobro de tempo necessário para torná-lo completamente claro e transparente; este tempo varia em torno de 10 minutos.

ELIMINADOR DE HIPOSSULFITO
O hipossulfito de sódio, agente fixador, após cumprir sua função de absorver os sais de prata não sensibilizados e, portanto, não enegrecidos na revelação, deve ser eliminado dos materiais fotográficos (filmes e papéis).

Por isto, a lavagem prolongada dos materiais torna-se necessária, o que nem sempre pode conter de forma suficientemente eficaz.

Certos agentes químicos como o bicarbonato de sódio, água oxigenada, e outros, tem o poder de eliminar, o hipossulfito de sódio, tornando a lavagem menor e mais eficiente.

Os fabricantes de produtos químicos fotográficos mantém no mercado eliminadores de hipo já manipulados, como o Hipo Clearing Agent (da Kodak), ou o Eliminador de Hipo (da Odin).

Este procedimento é muito conveniente nos materiais fotográficos que precisam ser preservados durante muitos anos, pois a permanência do hipossulfito causa manchas amareladas e acaba por inutilizar tanto as ampliações, como também os filmes.

LAVAGEM
A fixagem sempre deve ser terminada por uma lavagem radical em água corrente filtrada, para que a conservação do negativo seja prolongada. A lavagem remove os últimos traços do fixador e de todos os demais sais solúveis. A duração da lavagem é dependente da quantidade de água, e do número de negativos, mas costuma-se deixar no mínimo 30 minutos (quando há bastante água) ou sempre fazer uma média de 1 hora, pois é sempre aconselhável prolongar o tempo, particularmente quando se trata da lavagem de diversos filmes.

BANHO UMECTANTE
A água da lavagem, mesmo sendo filtrada, deixa marcas de gotas no filme após seco. Muitas vezes estas marcas são irremoviveis da emulsão.

Para que a secagem seja uniforme, mais rápida e sem marcas de água, costuma-se usar como intermediário entre a lavagem e a secagem, um banho umectante. Este produto pode ser o Aspergol (da Edict), o Photoflood (da Kodak), e outros.

A diluição e o tempo de permanência dos filmes variam conforme o material, portanto, recomenda-se a leitura da bula da cada um destes produtos para sabermos as indicações do fabricante.

SECAGEM
Depois do banho umectante, os negativos não devem ser manipulados para que as impurezas contidas no ar não colem-se à emulsão.

Devem ser secos de preferência, na temperatura ambiente e em local isento de pó. Ao usarmos secadeiras especiais para filmes não devemos ultrapassar 50° graus, pois as altas temperaturas causam curvaturas e deformações ao filme e são prejudiciais à sua durabilidade.

ARQUIVO
Para melhor conservação dos negativos, deve-se guardá-los em porta negativos feitos de papel manteiga ou vegetal fino. Não deve-se usar porta negativo de plástico por que provocam condensação.

Arquivam-se as folhas num fichário de negativos e evita-se o manuseio desnecessário. O fichário de negativos deve ser guardado em um lugar fresco e sem umidade, de preferência longe dos químicos fotográficos.